Revista Científica UDO Agrícola Volumen 9.
Número 1. Año 2009. Páginas: 243-258
Minilisímetro com lençol freático constante
operando com Irrigâmetro® para medida da evapotranspiração de
referência
Minilisímetro con freático hídrico constante operando
com Irrigâmetro® para medir la evapotraspiración de referencia
Minilysimeter with
constant groundwater table operating with Irrigâmetro® to calculate
the reference evapotranspiration
Franklin José VALBUENA MATERÁN 1, Rubens ALVES DE
OLIVEIRA2, Gilberto CHOHAKU SEDIYAMA2, Paulo Roberto CECON3, Hugo Alberto
RUIZ4 e Cristiano TAGLIAFERRE2
1Departamento de Engenharia
de Solos e Águas, Núcleo Agropecuário, Faculdade de Agronomia de La Universidad
Del Zulia (LUZ), Av. Goajira, Maracaibo, Zulia, Venezuela, 2Departamento
de Engenharia Agrícola, Universidade Federal de Viçosa (UFV), MG, Brasil, 3Universidade
Estadual do Sudoeste da Bahia, Escola de Agronomia, Departamento de Engenharia
Agrícola e Solo, Brasil y 4Departamento de Informática, UFV e Departamento de Solos, UFV. E-mail:
franklinvalb@yahoo.com Autor para
correspondência
Recebido: 13/05/2008 |
Fim da primeira arbitragem: 18/06/2008 |
Primeira revisão recebida: 07/02/2009 |
Fim da segunda arbitragem: 21/02/2009 |
Segunda revisão recebida: 09/03/2009 |
Aceito:11/03/2009 |
RESUMO
Este
trabalho foi conduzido na Unidade de Pesquisa do Irrigâmetro®
pertencente ao Universidade Federal de Viçosa (UFV). Instalaram-se 16
minilisímetros com lençol freático constante operando com Irrigâmetro®
vegetados com grama-batatais (Paspalum
notatum Flugge), em delineamento inteiramente casualizado. O Irrigâmetro® é
um aparelho patenteado pela UFV para manejo da água em projetos de irrigação.
Os tratamentos foram constituídos por quatros níveis freáticos (15, 20, 25 e
Palavras
chave: Grama-batatais, requerimento
de água, irrigação.
ABSTRACT
This investigation
was carried out in the unit of research of the Irrigâmetro®,
belonging to the Federal University of Viçosa, in Viçosa, state of Minas
Gerais, Brazil. The experiments was conducted with the grass-batatais (Paspalum notatum Flugge), using 16
minilysimeters with Irrigâmetro® and constant groundwater. In the
experiments the research design was entirely randomized. The Irrigâmetro®
was development in the UFV for the Management of irrigation. The treatments
comprised of four constant groundwater tables (15, 20, 25 and
Key words: Grass-batatais, water requirements,
irrigation.
RESUMEN
Este
trabajo fue realizado en
Palabras
clave: Grama lengua de vaca, requerimientos
de agua, riego.
INTRODUÇÃO
Nos sistemas de produção das fruteiras
sob irrigação, o recurso água é o fator principal, e como o mesmo tem se
tornado limitante por causa da implementação de novas áreas irrigadas ou por
falta da disponibilidade de recursos hídricos, é imprescindível a necessidade
de medidas do consumo hídrico das fruteiras que possibilitem o uso adequado dos
recursos hídricos disponíveis, promovendo a conservação do meio ambiente.
O conhecimento e a quantificação do
processo de evapotranspiração definem a quantidade de água necessária para as
culturas, sendo, por isso, um parâmetro fundamental para o planejamento e manejo
da irrigação (Sediyama, 1996).
A evapotranspiração pode ser definida
como a quantidade de água evaporada e transpirada de uma superfície com
vegetação durante determinado período. Pode ser expressa em valores totais,
médios, diários e horários, em volume por unidade de área ou em lâmina de água,
em período predeterminado (Bernardo et al.,
2005).
Doorenbos e Pruitt (1977) definiram ETo como a
taxa de evapotranspiração de uma superfície extensa de grama de
Smith (1991) propôs a adoção de uma
definição padronizada para a evapotranspiração de referência. A ETo seria
aquela que ocorre em uma cultura hipotética, apresentando as seguintes características:
altura de
A evapotranspiração pode ser obtida por
métodos indiretos, sendo usadas, dentre outras, as equações de Penman
modificada, Radiação, Hargreaves-Samani e Penman-Monteith FAO 56.
A equação original de Penman (1948)
possui dois termos, a saber: o da energia (radiação) e o aerodinâmico (vento e
umidade do ar). O procedimento utilizado por Doorenbos e Pruitt (1977), para a
modificação do modelo de Penman, consistiu na substituição da função vento do
modelo original pela função vento proposta por esses autores, a qual foi
determinada a partir de medidas diretas da ETo e outros elementos do clima, em
várias regiões com diferentes tipos climáticos.
O método da Radiação proposto pela FAO
tem sua origem na equação de Makkink, desenvolvida em 1957, sendo modificada
por Doorenbos e Pruitt (1977) e Doorenbos e Kassam (1979), que substituíram os
coeficientes da reta a e b da equação original
por um parâmetro c, que é função da umidade relativa do ar e da velocidade do
vento (Pereira et al., 1997).
Hargreaves e Samani (1985) desenvolveram
um método para a estimativa da ETo a partir de dados da radiação solar
extraterrestre e da diferença entre a temperatura máxima e a mínima médias,
isto provoca subestimações da ETo nas áreas de amplo rango diário de
temperaturas e subestimações nas áreas onde a diferença entre temperaturas
diurnas e noturnas são pequenas.
Segundo Allen et al. (1998), o método de Penman-Monteith inclui parâmetros
relacionados à troca de energia e ao correspondente fluxo de calor latente
(evapotranspiração) na vegetação uniforme e extensa. A maioria desses
parâmetros pode ser calculada a partir de dados meteorológicos, e a equação
pode ser utilizada para o cálculo direto da evapotranspiração de qualquer
cultura, conforme as resistências de superfície e aerodinâmica da cultura
específica.
A estimativa da evapotranspiração também
pode ser feita por meio dos evaporímetros, os quais podem ser classificados em
dois tipos: com superfície da água fica livremente exposta (tanques de
evaporação) e outros em que a evaporação ocorre em
uma superfície úmida (atmômetros). Dentre os métodos do primeiro tipo, o mais
utilizado é o tanque Classe A, no qual a evaporação é convertida em ETo com
emprego do coeficiente do tanque (Kp), desenvolvido por Doorenbos e Pruitt (1977).
Uma alternativa que tem sido utilizada
para a obtenção da evapotranspiração por meio de medidas diretas são os
lisímetros. Segundo Aboukhaled et al.
(1986), a palavra lisímetro é derivada do grego lysis e significa dissolução ou movimento, e metron significa mensurar. Os lisímetros
são recipientes contendo solo, instalados no campo, com superfície coberta por
vegetação, para cálculo da evapotranspiração de uma cultura ou, ainda, com
superfície sem vegetação, para cálculo da evaporação num solo descoberto. Para
Bernardo et al. (2005) e Amorim
(1998), o método do lisímetro de pesagem é o mais preciso e considerado, ainda,
instrumento-padrão para a determinação da evapotranspiração de referência
(ETo).
Segundo Howell et al. (1991) e Aboukhaled et
al. (1986), os lisímetros utilizados em pesquisas de evapotranspiração
podem ser agrupados em três categorias: (1) com lençol freático de nível
constante; (2) de drenagem; e (3) de pesagem, onde a variação de massa do sistema
é determinada por um mecanismo de pesagem.
O lisímetro de drenagem consiste de um
tanque enterrado no solo que possui uma rede de tubulações no seu fundo, que
conduz a água drenada até um recipiente para posteriormente fazer a medição do
volume de água.
A evapotranspiração de referência por ele
estimada deve ser em valores semanais, quinzenais ou mensais (Bernardo et al., 2005). Já os lisímetros de
pesagem são constituídos de uma caixa impermeável sob a qual é instalada uma
célula de carga, cuja finalidade é medir seu peso, sendo a sua variação num determinado tempo a medida da
evapotranspiração. A maior desvantagem do lisímetro de pesagem é seu alto
custo, limitando seu uso na atividade agrícola e na pesquisa, envolvendo a
estimativa da evapotranspiração de referência ou de uma cultura.
Nos lisímetros com lençol freático de
nível constante, o nível da água é mantido em determinada profundidade. Devido
à evapotranspiração, a água é translocada até a zona radicular, por
capilaridade. A descida do nível freático causado por esse deslocamento é
automaticamente compensada por um mecanismo flutuador, sendo a quantidade de
água necessária para repor esse nível, medida também automaticamente
(Aboukhaled et al., 1986).
Segundo Mañas e Valero (1993) e Aboukhaled
et al. (1986), uma limitação
importante quanto ao uso de lisímetros com lençol freático de nível constante
está associada aos problemas freqüentes com os flutuadores e ao desnível dos
dispositivos de leitura-alimentação, interferindo diretamente nos cálculos da
evapotranspiração. Outra limitação mencionada,
quanto ao uso deste tipo de lisímetro está associada à presença do nível
freático, o qual não representa as condições da parcela em seu entorno,
provocando um crescimento maior da cultura dentro dos lisímetros que, em
conseqüência disso, fica mais exposta à radiação e aos efeitos do vento,
superestimando a evapotranspiração em até 10 ou 20%.
A
maioria desses métodos requer, além de pessoal especializado, para seu manuseio, instrumentos que geralmente são caros, e outros que
se caracterizam por ser volumosos e pesados, limitando seu uso a um só local,
razão pela qual a grande maioria dos produtores rejeita esses métodos. O uso do
Irrigâmetro® desenvolvido acoplado ao minilisímetro se apresenta
como uma ferramenta de grande valia, por ser de fácil manuseio, econômico, de
fácil mobilidade e não requerer cálculos complexos, o
que facilita sua utilização pelos produtores. Os objetivos deste trabalho
foram: estimar a evapotranspiração de referência (ETo), utilizando
minilisímetros com nível freático constante operando com Irrigâmetro®,
preenchidos com substrato de areia e
alimentado com solução nutritiva; estudar o efeito do nível freático (15, 20,
25 e
MATERIAL E
MÉTODOS
O presente estudo foi conduzido na Unidade de Pesquisa
e Desenvolvimento do Irrigâmetro®, pertencente ao Departamento de
Engenharia Agrícola da Universidade Federal de Viçosa, localizada na cidade de
Viçosa, Minas Gerais, com 20°
Descrição
do minilisímetro operando com Irrigâmetro®
O minilisímetro foi
construído com um tubo de PVC de
Uma mangueira
de polietileno de
No
preenchimento dos minilisímetros foi colocada, inicialmente, uma camada de
brita 0, com espessura de
Quadro 1. Distribuição granulométrica do substrato de areia. |
|
Granulometria (%) |
Valores |
Areia grossa |
93 |
Areia Fina |
4 |
Silte |
0 |
Argila |
3 |
Massa Específica (g cm-3) |
|
Partículas |
2,85 |
Solo |
1,50 |
Descrição do
lisímetro de drenagem
Na área experimental foram instaladas três lisímetros de drenagem,
construídos com caixas de cimento-amianto, com as seguintes dimensões:
Os lisímetros de drenagem foram
preenchidos com material de solo classificado como Latossolo Vermelho-Amarelo
(LV), distribuído em camadas de
Quadro 2. Resultados da análise física do solo. |
|
Granulometria (%) |
Valores |
Areia grossa |
15 |
Areia Fina |
8 |
Silte |
0 |
Argila |
77 |
Massa Específica (g cm-3) |
|
Partículas |
2,62 |
Solo |
0,99 |
Quadro 3. Resultados da análise química do solo. |
||
|
|
|
pH |
H2O |
4,79 |
P |
mg dm-3 |
1,00 |
K |
mg dm-3 |
13,00 |
Ca |
mg dm-3 |
0,32 |
Mg |
mg dm-3 |
0,08 |
Al |
mg dm-3 |
0,59 |
H+Al* |
cmolc dm-3 |
6,40 |
SB* |
cmolc dm-3 |
0,43 |
CTC* |
cmolc dm-3 |
1,02 |
MO* |
dag kg-1 |
2,66 |
V* |
% |
6,30 |
* H+Al =
Acidez Total, SB = Soma de Bases Trocáveis,
CTC = Capacidade de Troca Catiônica Efetiva, MO =
Matéria Orgânica e V = Índice Saturação de Bases. |
Quadro
4. Valores de umidade do solo, em diferentes potencias matriciais |
|
Potencial Matricial |
Umidade do solo |
(MPa) |
(kg kg-1) |
-0,01 |
0,429 |
-0,03 |
0,378 |
-0,05 |
0,294 |
-0,10 |
0,286 |
-0,20 |
0,257 |
-0,50 |
0,244 |
-1,50 |
0,239 |
Os lisímetros de drenagem foram irrigados
diariamente pela superfície, utilizando-se um volume de água suficiente para
promover uma pequena drenagem.
Segundo Aboukhaled et al. (1986), a evapotranspiração da cultura pode ser calculada
pela seguinte equação:
(1)
em que:
ETo = Evapotranspiração de referência no
período, mm;
P = Precipitação no período, mm;
I =
Lâmina de irrigação no período, mm; e
D = Lâmina
de água drenada no período, mm.
Delineamento
experimental e tratamentos
O delineamento
experimental foi
inteiramente casualizado. Os tratamentos foram constituídos por quatro níveis
freáticos constantes, estabelecidos nos minilisímetros, iguais a 15, 20, 25 e
Condução
do experimento
O trabalho foi desenvolvido
durante o período compreendido entre julho e dezembro de 2005. Dentro e ao
redor dos minilisímetros com lençol freático constante operando com Irrigâmetro®
e dos lisímetros de drenagem foi cultivado com grama-batatais (Paspalum notatum Flugge). Os
minilisímetros de lençol freático constante foram abastecidos com solução
nutritiva inicial, descrita no Quadro 5, até atingir os níveis freáticos
estabelecidos, sendo o reabastecimento feito com a solução nutritiva descrita
no Quadro 6. Tanto a solução nutritiva inicial quanto a de reabastecimento
foram formuladas de acordo com Martinez e Silva (2004), Silva (2004) e Ruiz
(1997).
Quadro 5. Fontes de nutrientes utilizadas para
compor a solução nutritiva inicial, empregada dos minilisímetros de lençol
freático constante operando com Irrigâmetro® . |
|||
Sal |
mg L-1 |
Sal |
g L-1 |
H3BO3 |
1,24 |
Ca(NO3)2 |
0,519 |
CuSO4 |
0,20 |
KNO3 |
0,202 |
MnSO4 |
2,53 |
NH4NO3 |
0,064 |
(NH4)6MO7O24 |
0,09 |
MgSO4 |
0,246 |
ZnSO4 |
0,57 |
NH4H2PO4 |
0,115 |
FeCl3 |
10,81 |
CaCO3 |
0,300 |
Na2EDTA |
14,89 |
|
|
Quadro 6. Conjunto de fontes de nutrientes
(g L-1) utilizados para compor a solução nutritiva empregada no reabastecimento
dos lisímetros de lençol freático constante operando com Irrigâmetro®
. |
|||||
Sal |
Conjunto 1 |
Sal |
Conjunto 2 |
||
A |
B |
A |
B |
||
g L-1 |
g L-1 |
||||
H3BO3 |
1,24 |
|
Ca(NO3)2 |
103,90 |
|
CuSO4 |
0,20 |
|
KNO3 |
40,44 |
|
MnSO4 |
2,53 |
|
NH4NO3 |
12,80 |
|
(NH4)6MO7O24 |
0,09 |
|
MgSO4 |
|
49,20 |
ZnSO4 |
0,57 |
|
NH4H2PO4 |
|
23,00 |
FeCl3 |
|
10,81 |
|
|
|
Na2EDTA |
|
14,89 |
|
|
|
O pH e a condutividade elétrica
da solução nutritiva de cada minilisímetro com lençol freático constante foram
medidos em três profundidades (no fundo, no meio e
próximo à superfície do lençol freático), duas vezes por semana, ao longo da
pesquisa. O pH foi mantido próximo de 7, com
uso de ácido clorídrico 10%, para evitar a alcalinização do substrato. A
condutividade elétrica da solução no interior dos minilisímetros foi mantida
entre 630 e 1.000 µS cm-1, ajustando-se as concentrações dos macros
e micronutrientes para evitar deficiência de nutrientes na cultura.
A vegetação total contida em cada
minilisímetro e lisímetro de drenagem foi cortada sempre que atingia
A estimativa da evapotranspiração nos minilisímetros
foi feita diretamente no Irrigâmetro®, diariamente às nove horas da manhã.
Os elementos climáticos diários
foram obtidos na Estação Climatológica Principal do Instituto Nacional de
Meteorologia (INMET), localizada no campus da Universidade Federal de Viçosa,
próximo à área experimental.
Durante a condução do experimento houve
presença de formigas e lagartas (Spodoptera
spp.), as quais foram controladas com aplicações de deltametrina e clorpirifós
etil. Semanalmente, foi feita a limpeza manual do gramado dentro e fora dos
dispositivos lisimétricos, para controle de plantas invasoras, especialmente Cyperus spp.
Avaliação
As determinações da evapotranspiração de referência
(ETo) foram obtidas com uso dos métodos Penman Monteith FAO 56, Penman
modificado, Radiação, Hargreaves-Samani,
tanque Classe A, lisímetro de drenagem e minilisímetros.
A metodologia utilizada para
a avaliação do desempenho dos métodos estudados foi proposta por Allen et al. (1989) e adotada por Jensen et al. (1990), fundamentada no
erro-padrão da estimativa (EPE), sendo considerado o método Penman-Monteith FAO
56 como padrão.
O EPE é dado pela seguinte
expressão:
(2)
em que:
EPE = erro-padrão da estimativa, mm d-1;
y = evapotranspiração de
referência obtida pelo método-padrão, mm d-1;
ŷ =
evapotranspiração de referência estimada por cada método utilizado, mm d-1;
e
n = número de observações.
A hierarquização das
estimativas da evapotranspiração foi feita com base nos valores do erro-padrão
da estimativa (EPE), do índice de concordância “d”, do coeficiente de
determinação (r2) e do coeficiente (a) e (b) das respectivas
regressões lineares. A melhor alternativa foi aquela que apresentou menor EPE,
maior índice “d” e maior r2. A precisão é dada pelo coeficiente de
determinação que indica o grau de dispersão dos dados obtidos em relação à
reta, ou seja, o erro aleatório. A exatidão está relacionada ao afastamento dos
valores estimados em relação aos observados.
Matematicamente, a exatidão
é dada pelo índice de concordância ou ajuste, representado pela letra “d”
(Willmott et al., 1985). A faixa de
valores do índice d varia de zero, para completa dispersão entre os valores a 1
para perfeita concordância .
O índice é d dado pela
seguinte expressão:
(3)
em que:
d =
índice de concordância ou ajuste;
Oi =
evapotranspiração de referência obtida pelo método-padrão, mm d-1;
Pi =
evapotranspiração de referência obtida pelos demais métodos, mm d-1;
e
Ō
= média dos valores de ETo obtida pelo método-padrão, mm d-1.
A análise foi feita com
dados diários e médios de 3, 5, 7 e 10 dias da ETo, durante um período de 156
dias.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
No Quadro 7 está apresentada a
classificação dos métodos avaliados de acordo com seu desempenho, os
coeficientes a e b da regressão linear, do erro-padrão da estimativa (EPE), do
índice de concordância (d) e do coeficiente de determinação (r2),
para os valores diários ETo.
Quadro 7. Classificação dos métodos avaliados de
acordo com o seu desempenho, os coeficientes (a) e (b) da regressão linear,
erro-padrão de estimativa (EPE), índice de concordância (d) e o coeficiente
de determinação (r2), para valores diários de ETo (mm dia-1).
|
|||||||
|
Valores diários de ETo (mm dia-1) |
||||||
Método |
Classificação |
a |
b |
EPE |
d |
r2 |
|
Penman modificado |
1 |
-0,831 |
1,315 |
0,383 |
0,916 |
0,973 |
|
Radiação |
2 |
0,000 |
1,114 |
0,553 |
0,857 |
0,910 |
|
Hargreaves-Samani |
6 |
0,918 |
0,997 |
1,027 |
0,683 |
0,810 |
|
Lisímetro de drenagem |
5 |
0,718 |
0,650 |
0,917 |
0,726 |
0,386 |
|
Tanque Classe A |
3 |
0,000 |
0,861 |
0,723 |
0,787 |
0,950 |
|
Minilisímetro M15* |
9 |
1,144 |
0,955 |
1,360 |
0,597 |
0,522 |
|
MiniLisímetro M20* |
8 |
1,038 |
0,909 |
1,159 |
0,640 |
0,526 |
|
MiniLisímetro M25* |
7 |
1,032 |
0,862 |
1,069 |
0,663 |
0,502 |
|
MiniLisímetro M30* |
4 |
0,702 |
0,889 |
0,898 |
0,707 |
0,543 |
|
* M15, M20,
M25 e M30: lençol freático a 15, 20, 25 e |
|||||||
No Quadro 7, verifica-se que os valores de EPE, com
base em valores diários de ETo, variaram de
A ordem de classificação dos métodos de determinação
da ETo foi feita com base nos valores de EPE, conforme descrito por Allen et al.
(1998). Sendo assim, o método Penman modificado o que melhor estimou a
ETo diária seguido do método da Radiação.
O método Penman modificado
apresentou o maior valor para o índice “d” (0,916), confirmando melhor
concordância com os valores de ETo medidos pelo método-padrão. Os métodos da
Radiação, tanque Classe A, lisímetro de drenagem e o minilisímetro M30 apresentaram
um índice “d” de 0,857; 0,787; 0,726; e 0,707,
respectivamente. Já os métodos
Hargreaves-Samani, M25, M20, M15
apresentaram os mais baixos valores de índice “d” de 0,683; 0,663; 0,640
e 0,597, respectivamente.
Os altos valores de
coeficientes de determinação encontrados nos métodos Penman modificado e
Radiação indicaram um bom ajuste entre os valores diários da evapotranspiração
de referência estimados com esses métodos e os valores estimados pelo método
Penman-Monteith FAO 56. Os menores valores do coeficiente de determinação
obtidos com os demais métodos estudados podem
ser explicados pela pouca sensibilidade desses métodos para obtenção de valores
diários de ETo.
Na Figura 2 são apresentados os valores
diários de ETo obtidos pelos métodos Penman
modificado, Radiação,
Hargreaves-Samani, lisímetro de drenagem, tanque Classe A e minilisímetros,
para as quatros profundidades freáticas estudadas, comparativamente aos valores
diários de ETo obtidos pelo método
Penman-Monteith FAO 56.
Pode-se verificar, na Figura
2, que as melhores concordâncias entre os valores da evapotranspiração estimada
pelos métodos Penman modificado e Radiação. A linha representativa das equações
dessas regressões, em relação ao método Penman-Monteith FAO 56, foram as que
mais se aproximaram da respectiva linha 1:1; entretanto, esses métodos
superestimaram a evapotranspiração de referência, principalmente para os
maiores valores de evapotranspiração de referência e subestimaram para os
menores valores de ETo. Esse fato pode ser explicado, no caso do método Penman
modificado, pelo empirismo na função do vento, a qual originalmente foi
desenvolvida para grama nas condições da Inglaterra, e no caso do método
Radiação pelo fator de ponderação, que representa as condições do vento e
umidade que podem superestimar os valores da evapotranspiração (Garcia et al., 2004; Rana e Katerji, 2000;
Sediyama, 1996a; Cuenca e Nicholson, 1982), manifestando
a dificuldade da utilização desses métodos e destacando a importância da
necessidade da calibração para cada localidade.
Na Figura 2, nota-se a
superestimativa da evapotranspiração de referência pelo método
Hargreaves-Samani, certamente em decorrência do fato de esse método ser baseado
somente na temperatura do ar. Além disso, esse método foi desenvolvido para
condições áridas. Resultados semelhantes foram obtidos por Gavilán et al. (2006) na região sul da Espanha.
Camargo e Sentelhas (1997), em três locais do Estado de São Paulo, encontraram superestimativas de ETo pelo método de
Hargreaves-Samani em relação aos valores
estimados por Penman-Monteith FAO 56.
No caso dos minilisímetros,
observou-se que, em todos os níveis freáticos constantes estudados, a tendência
foi superestimar a ETo em relação aos valores obtidos pelo método-padrão.
Contudo, o M30 foi o mais preciso e exato em relação ao M15, M20 e M25, além de
superar o desempenho dos métodos lisímetro de drenagem e Hargreaves-Samani,
sendo superado seu desempenho ligeiramente pelo tanque Classe A.
Na Figura 2, as linhas de tendência da
regressão dos métodos tanque Classe A e
lisímetro de drenagem ilustram uma subestimativa da evapotranspiração. Esses
resultados estão coerentes com os descritos por vários autores (Amorim, 1998;
Mañas y Valero, 1993; Sediyama, 1990; Doorenbos e Pruitt, 1977), os quais não
recomendam o uso do lisímetro de drenagem e tanque Classe A para medições diárias
de ETo, devido à sua pouca sensibilidade para estimativa da evapotranspiração
em períodos curtos de tempo.
No Quadro 8 está apresentada
a classificação dos métodos avaliados de acordo com seu desempenho, os
coeficientes a e b da regressão linear, o erro-padrão da estimativa (EPE), o
índice de concordância (d) e o coeficiente de determinação (r2),
nos períodos de tempo de 3, 5, 7 e 10
dias.
Quadro 8. Classificação dos métodos avaliados de
acordo com o seu desempenho, os coeficientes (a) e (b) da regressão linear,
erro-padrão de estimativa (EPE), índice de concordância (d) e o coeficiente de determinação (r2),
nos períodos de tempo de 3, 5, 7 e 10 dias |
||||||
Períodos de 3 Dias |
||||||
Método |
Classificação |
a |
b |
EPE |
d |
r2 |
|
|
|
mm
d-1 |
|
||
Penman modificado |
1 |
0,000 |
1,048 |
0,292 |
0,932 |
0,993 |
Radiação |
2 |
0,000 |
1,104 |
0,461 |
0,865 |
0,989 |
Hargreaves-Samani |
7 |
0,000 |
1,319 |
1,011 |
0,660 |
0,992 |
Lisímetro drenagem |
4 |
0,000 |
0,909 |
0,648 |
0,774 |
0,954 |
Tanque Classe A |
3 |
0,000 |
0,868 |
0,534 |
0,825 |
0,984 |
Minilisímetro M15* |
9 |
0,000 |
1,334 |
1,287 |
0,580 |
0,950 |
Minilisímetro M20* |
8 |
0,000 |
1,249 |
1,092 |
0,621 |
0,955 |
Minilisímetro M25* |
6 |
0,000 |
1,201 |
0,984 |
0,643 |
0,954 |
Minilisímetro M30* |
5 |
0,000 |
1,123 |
0,795 |
0,695 |
0,957 |
Períodos de 5 Dias |
||||||
Penman modificado |
1 |
0,000 |
1,045 |
0,274 |
0,929 |
0,994 |
Radiação |
2 |
0,000 |
1,102 |
0,439 |
0,857 |
0,990 |
Hargreaves-Samani |
7 |
0,000 |
1,332 |
1,030 |
0,596 |
0,994 |
Lisímetro drenagem |
4 |
0,000 |
0,917 |
0,565 |
0,770 |
0,966 |
Tanque Classe A |
3 |
0,000 |
0,873 |
0,464 |
0,828 |
0,988 |
Minilisímetro M15* |
9 |
0,000 |
1,337 |
1,270 |
0,551 |
0,962 |
Minilisímetro M20* |
8 |
0,000 |
1,254 |
1,078 |
0,591 |
0,958 |
Minilisímetro M25* |
6 |
0,000 |
1,206 |
0,975 |
0,616 |
0,956 |
Minilisímetro M30* |
5 |
0,000 |
1,127 |
0,767 |
0,674 |
0,961 |
Períodos de 7 Dias |
||||||
Penman modificado |
1 |
0,000 |
1,042 |
0,253 |
0,933 |
0,995 |
Radiação |
2 |
0,000 |
1,090 |
0,434 |
0,853 |
0,989 |
Hargreaves-Samani |
7 |
0,000 |
1,334 |
1,025 |
0,499 |
0,996 |
Lisímetro drenagem |
4 |
0,000 |
0,920 |
0,475 |
0,620 |
0,977 |
Tanque Classe A |
3 |
0,000 |
0,869 |
0,450 |
0,824 |
0,992 |
Minilisímetro M15* |
9 |
0,000 |
1,334 |
1,254 |
0,553 |
0,964 |
Minilisímetro M20* |
8 |
0,000 |
1,250 |
1,058 |
0,592 |
0,960 |
Minilisímetro M25* |
6 |
0,000 |
1,201 |
0,958 |
0,615 |
0,958 |
Minilisímetro M30* |
5 |
0,000 |
1,123 |
0,753 |
0,673 |
0,962 |
Períodos de 10
Dias |
||||||
Penman modificado |
1 |
0,000 |
1,040 |
0,245 |
0,932 |
0,995 |
Radiação |
2 |
0,000 |
1,097 |
0,395 |
0,862 |
0,993 |
Hargreaves-Samani |
7 |
0,000 |
1,337 |
1,034 |
0,581 |
0,996 |
Lisímetro drenagem |
3 |
0,000 |
0,912 |
0,419 |
0,830 |
0,985 |
Tanque Classe A |
4 |
0,000 |
0,867 |
0,446 |
0,816 |
0,993 |
Minilisímetro M15* |
9 |
0,000 |
1,342 |
1,278 |
0,528 |
0,965 |
Minilisímetro M20* |
8 |
0,000 |
1,257 |
1,078 |
0,570 |
0,961 |
Minilisímetro M25* |
6 |
0,000 |
1,211 |
0,971 |
0,594 |
0,960 |
Minilisímetro M30* |
5 |
0,000 |
1,128 |
0,747 |
0,660 |
0,965 |
* M15, M20, M25 e M30:
lençol freático a 15, 20, 25 e |
A classificação dos métodos
de determinação da ETo nos períodos de 3, 5, 7 e 10 dias, em geral, foi a mesma
observada nos valores diários, tendo o método Penman modificado apresentado o
melhor desempenho para estimar a ETo, comparativamente ao método-padrão. Isso
pode ser explicado pelo fato de esses dois métodos utilizarem a mesma base
física, combinando os termos energético e aerodinâmico. O segundo melhor método
foi da Radiação, o qual está fundamentado no termo energético, não levando em
consideração as condições do vento e da umidade do ar. Jensen
et al. (1990) recomendaram o uso do
método Penman e da radiação para estimativa diária e qüinqüidial da ETo,
respectivamente.
No Quadro 8 pode-se
verificar uma diminuição progressiva dos valores de erro-padrão da estimativa e
aumento do coeficiente de determinação quando o período de observação variou de
três a sete dias para o método tanque Classe A. Isso era esperado por causa da
redução das flutuações diárias que permite uma melhoria nesses índices
estatísticos quando se aumenta de tempo. Segundo
Jensen et al. (1990), o método do
tanque Classe A é recomendado para melhor
ajuste com dados médios de cinco dias, sendo que sua aplicação em períodos de
tempo diferentes pode reduzir a sua precisão e exatidão.
No Quadro 8,
pode-se verificar que o desempenho do lisímetro de drenagem foi melhorando com
o agrupamento dos valores de ETo em períodos maiores, notadamente no período de
10 dias, quando apresentou a terceira melhor colocação. Isso pode ser explicado
pela superação da inércia apresentada por esses dispositivos em relação à sua
drenagem, que ocorre quando a ETo é medida em períodos menores. Silva (1996) e Mañas e
Valero (1993) recomendaram o uso do lisímetro de drenagem para a estimativa da
ETo em períodos iguais ou superiores a sete dias.
No Quadro 8,
pode-se notar que, durante os períodos de 3, 5, 7 e 10 dias, os minilisímetros
e o método Hargreaves-Samani foram os
que apresentaram os mais altos valores
de EPE e os mais baixos valores do índice “d” e do coeficiente de determinação.
No entanto, dentre eles destaca-se o M30, que teve a melhor precisão e exatidão.
No caso dos M15, M20 e M25, a superestimativa
da ETo em relação ao método padrão pode ser explicada pelas condições de maior
exposição da grama-batatais à radiação e, principalmente, ao vento, visto que a
superfície da grama ficou posicionada a
Segundo
Mañas e Valero (1993) e Allen e Pruitt (1991), a altura da grama na área efetiva dos
lisímetros e na área circunvizinha deve ser homogênea, para evitar diferenças
na evapotranspiração.
As diferenças em crescimento
das culturas no interior dos lisímetros em relação à área externa,
especialmente quando as plantas crescem mais no interior, provocam uma
perturbação no movimento horizontal do ar e aumentam o grau de turbulência do
calor sensível do ar sobre a cultura, resultando em maior transpiração da
vegetação. A interceptação da radiação solar incidente aumenta numa proporção
que pode chegar a 40% (Sediyama, 1996b). No caso do método Hargreaves-Samani, a
superestimativa da ETo indicou que ele não se adapta às condições de Viçosa. O
baixo desempenho está em desacordo com a sugestão de Allen et al. (1998), que recomendaram a utilização do método
Hargreaves-Samani na estimativa da evapotranspiração com dados médios de sete
dias.
Nas Figuras
Na Figuras de
No Quadro 9, encontram-se os
valores da evapotranspiração acumulada no período de estudo para todos os
métodos estudados, inclusive o padrão.
Quadro 9. Valores de evapotranspiração acumulada,
medidos e estimados, durante o período experimental. |
|||
Método |
ET média |
ET acumulada |
Variação |
mm d-1 |
mm |
Porcentual da ETo |
|
Penman-Monteith FAO 56 |
2,83 |
444,52 |
- |
Penman modificado |
2,89 |
454,23 |
2,2 |
Radiação |
3,10 |
486,42 |
9,4 |
Hargreaves-Samani |
3,74 |
587,55 |
32,2 |
Lisímetro de drenagem |
2,56 |
402,10 |
-9,5 |
Tanque Classe A |
2,46 |
383,80 |
-13,7 |
Minilisímetro M15* |
3,85 |
604,34 |
36,0 |
Minilisímetro M20* |
3,61 |
567,43 |
27,7 |
Minilisímetro M25* |
3,47 |
545,10 |
22,6 |
Minilisímetro M30* |
3,22 |
505,61 |
13,7 |
* * M15,
M20, M25 e M30: lençol freático a 15, 20, 25 e |
Observa-se, no Quadro 9, que
o tanque Classe A e o lisímetro de drenagem
subestimaram os valores de evapotranspiração em 13,7 e 9,5%, respectivamente.
Já os métodos Hargreaves-Samani, M15, M20, M25, M30, Radiação e Penman
modificado superestimaram os valores de evapotranspiração em 32,2%, 36,0%,
27,7%, 22,6%, 13,7%, 9,4% e 2,2%, respectivamente.
O desempenho dos milisímetros observado neste trabalho
está de acordo com Allen e Fischer (1990), que encontraram uma superestimativa
de 45% da ETo medida em dois lisímetros de pesagem em relação ao método
Penman-Monteith, a qual foi atribuído ao fato de a grama estar
Dentre os minilisímetros, destaca-se o M30 por
apresentar menor superestimativa da ETo, observando-se, também, pequena
diferença porcentual em relação ao método da Radiação.
Na Figura 7 está apresentada a relação
entre a ETo acumulada e a profundidade
freática, nos minilisímetros. Observa-se, nessa figura, uma diminuição da
evapotranspiração nos minilisímetros à medida que aumenta a profundidade do
lençol freático, sendo o M30 o que mais se aproximou da ETo determinada pelo
método Penman-Monteith FAO 56. Segundo Grassi (1991), ao aumentar a
profundidade do plano freático, diminui a taxa de movimento ascendente da água,
sendo menor seu aporte ao processo de evapotranspiração. Assim, os maiores
valores de evapotranspiração para as menores profundidades freáticas podem ser
devidos ao elevado teor de água no sistema substrato-planta nos minilisímetros,
principalmente no nível freático a
Dias Espejo y
Knight (2005), avaliando minilisímetros de área exposta igual a
Diante dos resultados
obtidos, há necessidade de se conduzirem estudos nos minilisímetros com níveis
freáticos mais profundos, com a finalidade de obter valores mais precisos e
exatos em relação ao método-padrão.
CONCLUSÕES
·
Os métodos M30, Penman modificado, lisímetro de drenagem e tanque Classe
A apresentaram bom desempenho.
·
Os métodos com os piores desempenhos foram os minilisímetros M15, M20, M25 e
Hargreaves-Samani, não sendo recomendado seu uso para a estimativa de ETo nas
condições semelhantes às deste estudo, por apresentarem baixa exatidão e menor
precisão.
·
No método dos minilisímetros, verificou-se maior consumo de água no nível
freático de
LITERATURA CITADA
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TABLA DE CONTENIDO DE LA REVISTA CIENTÍFICA UDO
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